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A globalização a que o mundo assiste, de maneira mais ampla, desde a década de 1990, trouxe para os países preocupações e possibilidades que precisam ser conhecidas e analisadas por toda a sociedade. A internacionalização de temas que antes estavam restritos ao ambiente doméstico, e o impacto da dinâmica internacional no ordenamento interno dos países demandam o envolvimento da universidade e da comunidade em geral no debate e na produção de pesquisas, cujos interesses são variados e atendem às expectativas de inúmeros setores da sociedade. Neste contexto, alguns temas se destacam: a contínua e complexa discussão teórica específica das relações internacionais, seus revisionismos e sua atualidade, as questões de segurança e defesa, as estratégias da política externa brasileira, os processos de integração regional, além de debates em torno do meio ambiente, dos novos pólos de poder, dos conflitos, etc.
Por outro lado, em se tratando do contexto geopolítico que abarca o curso oferecido pelo NURI/UFS, a recente tendência de internacionalização do estado de Sergipe é um indicativo de que necessitamos nos posicionar mais centralmente nos debates sobre diversas temáticas. Por exemplo, descobertas de mais reservas de petróleo na Bacia Sergipe-Alagoas tornam premente uma redefinição estratégica das questões de segurança e Defesa para o quadro geral do Atlântico Sul. O projeto Carnalita também sinaliza para o ganho de peso estratégico da região, além da construção do porto digital em Recife e do constante incremento tecnológico na área de saúde, no estado de Pernambuco. Não é aceitável que a região nordeste continue à margem dos debates políticos sobre integração regional, uma vez que pode ser um ponto de apoio para a integração do Brasil com a África, por sua situação geográfica. Para a integração energética da América Latina, o Nordeste é uma região importante como mercado consumidor. Tanto no projeto do gasoduto do Sul como no acordo PDVSA-Petrobrás, a Venezuela visa particularmente o Nordeste como mercado. Em suma, os estudos sobre relações internacionais são essenciais para que não só o estado de Sergipe, mas toda a região do Nordeste, vislumbre na projeção internacional um sustentáculo de crescimento, propiciando bases para amenização das desigualdades regionais, no tocante ao desenvolvimento brasileiro. Em outras palavras, o tema da integração regional, tratado de modo enfático no evento que aqui anunciamos, é um tema de capital importância para nossa região.
O Núcleo de Relações Internacionais da Universidade de Sergipe, em funcionamento desde o ano de 2009, tem possibilitado o desenvolvimento de pesquisas e organizado importantes eventos com temas que vinculam os ambientes interno e internacional. O II Seminário Internacional de Pesquisa e Extensão em Relações Internacionais – SIRI 2013 – abordará esses temas com profundidade, integrando acadêmicos e setores da sociedade brasileira e estrangeira. O lema “Olhares cruzados” está relacionado ao reconhecimento da necessidade de cotejo de pontos de vista entre acadêmicos, diplomatas e pessoas que servem aos diferentes governos de diferentes países, envolvidos tanto como estudiosos quanto como atores políticos nas temáticas específicas a cada mesa. Este debate ocorrido sob diferentes olhares sobre um mesmo problema pode ser interessante a vários segmentos da sociedade sergipana: desde empresários interessados em sua projeção regional, como organizações governamentais e não governamentais, que trabalham com os assuntos referentes às temáticas promovidas pelo evento, como por analistas, consultores e peritos em elaboração de cenários.
A consolidação do Seminário Internacional de Pesquisa e Extensão em Relações Internacionais, como evento principal do NURI, a ser organizado anualmente, propicia densidade acadêmica e científica à Universidade Federal de Sergipe, na área de Relações Internacionais, tornando não apenas a instituição, mas o estado, uma referência enquanto centro de excelência nos estudos da área. Em relação a outros eventos da área de Relações Internacionais que ocorrem no Brasil, o SIRI apresenta a particularidade de promover também discussões sobre projetos de extensão, ou seja, incentiva a exposição de projetos que levam o aprendizado da área de RI para além dos muros da universidade, estabelecendo pontes com a comunidade, necessárias do ponto de vista das políticas públicas internacionais e do vislumbre de parcerias público-privadas.

Quanto à composição e programação, o II SIRI contará com a participação de professores da Universidade Federal de Sergipe, de outras várias universidades brasileiras, da Argentina, de Portugal, da Venezuela, como também de diplomatas e funcionários do governo federal que ministrarão palestras e minicursos. É um evento abrangente, aberto para a participação de pesquisadores de outros países e voltado não apenas à comunidade científica da UFS, mas aos diversos setores da sociedade sergipana que, de alguma forma, têm interesse nos temas de Relações Internacionais.

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